Os irmãos João Paulo da Silva Jesus e Luís Filipe da Silva Jesus, juntaram-se para realizar este belo trabalho: um conjunto de sete estórias devidamente ilustradas, como se pode ver!
quarta-feira, 1 de junho de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Hora do Conto- O Imaginão, de Manuela Crespo
O livro O Imaginão, de Manuela Crespo, foi trabalhado na hora do conto e os alunos foram convidados a elaborarem trabalhos, como textos ou desenhos, que se baseassem nesta obra, que conta com ilustrações da própria autora.
Aqui estão alguns trabalhos e os nomes das autoras dos desenhos, por ordem:
Mariana Oliveira e Ana Alves;
Cristina
Aqui fica o início do resumo desta estória elaborado pelo aluno Jorge Alexandre Rodrigues, seguido da sua ilustração:
Era uma vez um rei menino que tinha uma ovelha chamada Lanzuda.
Havia quatro reis que andavam sempre à volta do quadradinho do rei menino.
Uma dia o menino foi com a sua ovelha ao céu.
Ele ficou lá uma noite inteira e conheceu novos amigos.
Os reis cá de baixo estavam com raiva.
Quando chegou a hora de vir embora ele veio. O rei menino dormiu e quando acordou de manhã não viu a sua ovelha.
Chamou por ela e ninguém respondeu.
Disse às três estrelas Marias a ver se tinham visto a sua ovelha mas elas responderam que não a viram porque estiveram a brincar.
(…)
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terça-feira, 24 de maio de 2011
"Avô conta outra vez", de José Jorge Letria e André Letria, premiado no Brasil
Com um formato extenso e ilustrações que ocupam páginas duplas e destacam elementos centrais do texto, este álbum nasce dos laços afectivos entre um avô e um neto. Em quadras rimadas e num discurso fortemente metafórico e, até, simbólico, surgem poetizadas as vivências entre um avô, que é um contador de histórias e um companheiro de brincadeiras, por exemplo, e um neto, que cresce de dia para dia.
O livro para a infância "Avô, conta outra vez", com rimas de José Jorge Letria ilustradas por André Letria, foi eleito no Brasil o melhor em língua portuguesa para os mais novos. Todos os anos a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil do Brasil atribui prémios aos melhores livros para a infância e juventude em diversas categorias (melhor livro de poesia, informativo, livro-brinquedo, melhor tradução, entre outros).
"Avô, conta outra vez", editado no Brasil em 2010 pela editora Peirópolis, foi eleito o melhor livro infantil em língua portuguesa, revelou a fundação.
Este livro está disponível na nossa biblioteca. É uma honra para nós este reconhecimento, além-fronteiras, da literatura portuguesa.
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sexta-feira, 20 de maio de 2011
Fernando Pessoa terá recebido dinheiro como astrólogo
A faceta de astrólogo do poeta Fernando Pessoa que chegou a auferir «alguns tostões com a astrologia» , é revelada com a edição por Paulo Cardoso de um livro com vários documentos do espólio pessoano.
Intitulado Fernando Pessoa - Cartas Astrológicas, o livro reúne «algumas dezenas das mais reveladoras cartas astrológicas erigidas por Pessoa», escreve o astrólogo Paulo Cardoso.
Jerónimo Pizarro, catedrático nas universidades de Lisboa e de Los Andes (Colômbia) que prefacia a obra, afirmou à Lusa que esta obra «abre novas pistas de investigação, e demonstra como a teoria dos heterónimos é influenciada pela astrologia».
O autor de Mensagem fez a sua carta astrológica e as dos seus heterónimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. «Todos os horóscopos dos heterónimos apresentam Mercúrio (o planeta da literatura)» que é também o planeta regente do signo Gémeos a que pertencia Fernando Pessoa, escreve Paulo Cardoso.
O astrólogo realça que os «signos ascendentes» dos horóscopos dos quatro poetas são Água (Pessoa), Fogo (Caeiro), Terra (Campos) e Ar (Reis), ou seja «a família heteronímica detinha a plenitude dos princípios fundamentais da filosofia ancestral».
Em 1915 Fernando Pessoa inventou um astrólogo, Raphael Baldaya e estabeleceu uma tabela de honorários que variavam entre os 500 e os 5000 réis.
Pizarro disse à Lusa que Pessoa «ganhou alguns tostões com a astrologia» e há muitos cartões no espólio guardado na Biblioteca Nacional com indicações de nome, data e hora de nascimento que leva a supor que Pessoa traçava as respectivas cartas astrológicas.
O poeta traçou mapas astrais de mais de 1500 personagens históricas ou contemporâneas. Robespierre, Guilherme II da Alemanha, D. Carlos de Portugal, D. Sebastião, Lord Byron, Sidónio Pais, Oliveira Salazar, Mussolini, Chopin, Leopoldo II dos belgas, Victor Hugo, Luís II da Baviera, Afonso XIII de Espanha, Vítor Emanuel III de Itália e William Shakespeare foram algumas das personalidades sobre as quais desenhou o respectivo mapa astrológico.
De algumas personalidades fez mais de uma vez em alturas diferentes a respectiva carta astrológica, casos de Napoleão, da Rainha D. Amélia, do escritor Raul Leal, ou do escritor Óscar Wilde. Segundo Cardoso, Pessoa «comentou parecenças entre o caso astrológico de Wilde e o seu próprio caso».
Pizarro referiu à Lusa que Fernando Pessoa «chegou a calcular com grande proximidade o seu ano de morte» (1935), algo que mereceu diversas reflexões do poeta.
Cardoso assinala que «a abordagem pessoana da astrologia foi sempre a mais prudente, crítica e metódica». O astrólogo acrescenta que "a astrologia fez parte do quotidiano do escritor que lidava com ela de manhã, à tarde e pela noite dentro".
«Este foi um interesse que Pessoa manteve até à sua morte», sublinhou Pizarro.
Além da prática Fernando Pessoa também teorizou sobre a astrologia, salientou á Lusa Pizarro. Pessoa atribui por exemplo, a Baldaya as obras Systema de Astrologia e Introd[ução] ao estudo do ocultismo.
Pizarro afirmou que Fernando Pessoa - Cartas astrológicas, com a chancela da Bertrand Editora, «permite criar um clima necessário para os livros que ainda faltam de Pessoa sobre a astrologia, bem como e como as Ciências Ocultas, o Esoterismo e a Filosofia que são coisas muitos presentes no [movimento literário e artístico] do Modernismo».
A obra foi apresentada hoje na Casa Fernando Pessoa, em Campo de Ourique, por José Blanco.
Lusa/SOL
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Prémio da Latinidade 2011 atribuído a Lídia Jorge
A escritora Lídia Jorge foi distinguida, por unanimidade, com o Prémio da Latinidade “João Neves da Fontoura” 2011, revelou à agência Lusa fonte da União Latina, entidade responsável pelo galardão.
Presidido pelo ensaísta Eduardo Lourenço, o júri da edição do galardão deste ano decidiu atribuí-lo a Lídia Jorge “pela consagração da sua obra como escritora que muito tem contribuído para o enriquecimento do património cultural e literário do Portugal contemporâneo”. Com este Prémio criado em 2002, a União Latina visa homenagear uma personalidade ou instituição que se tenha distinguido, pela sua obra, na difusão da Latinidade, nos domínios artístico, literário ou científico
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terça-feira, 10 de maio de 2011
Maio, maduro maio!!
No seguimento do mês de abril, da Revolução e das canções da resistência, aqui fica uma dedicada ao mês de maio e ao seu simbolismo no combate à opressão.
ZECA AFONSO
Maio maduro Maio
Maio maduro Maio
Maio maduro Maio
Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
Raiava o Sol já no Sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul
Sempre depois da sesta
Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar
E uma falua andava
Ao longe a varar
Maio com meu amigo
Quem dera já
Sempre depois do trigo
Se cantará
Qu'importa a fúria do mar
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar
Numa rua comprida
El-rei pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor
Venham ver,
Maio nasceu
Que a voz não te esmoreça
A turba rompeu.
domingo, 8 de maio de 2011
Contos do Mundo, de Tim Bowley e Óscar Villán
Um belíssimo conto sobre os valores humanos cada vez mais esquecidos:
"A semente"
A jovem pobre ficou profundamente excitada quando ouviu anunciar que quem quisesse casar com o rei devia dirigir-se ao palácio, pois certo dia tinha-o visto passar a cavalo e ficara apaixonada por ele. Assim, foi a correr ter com a mãe:
─ Vou ao palácio ─ disse ─, vou casar com o rei!
A mãe sorriu e abanou a cabeça:
─ Sempre a sonhar! O rei não se refere a raparigas pobres como tu. Aquilo é para as ricas, para as nobres. Se lá fores, eles riem-se de ti e correm contigo.
─ Não me importa ─ disse a rapariga ─, vou até lá. Quero casar com ele.
No dia seguinte foi ao palácio e, tal como a mãe previra, apenas as mulheres mais ricas e mais belas do reino lá estavam. A jovem pobre foi para o lugar que lhe indicaram, no fim da fila, enquanto as outras mulheres troçavam dela entre si e a ignoravam. Pouco depois, o rei apareceu e todas as mulheres afivelaram os seus sorrisos mais coquetes, excepto a jovem pobre, que ficou em pé no fim da fila, com a cabeça curvada, sem se atrever sequer a olhá-lo de frente. O rei percorreu a fila e deu a cada uma um vaso com uma semente. Depois voltou a subir ao estrado e disse:
─ Vão para casa. Plantem a semente que está dentro do vaso. Voltem daqui a três meses e casarei com aquela que tiver plantado a flor mais bela.
A jovem pobre levou o vaso e a semente para casa, com o coração a palpitar. Quando lá chegou, plantou cuidadosamente a semente e regou-a. Todos os dias em que fazia sol ela punha o vaso lá fora e regava-o; levava-o para dentro de noite, quando estava frio. Falava com ele, cantava para ele, mas não nascia nada. Ainda assim não se dava por vencida. Embora os dias se transformassem em semanas e as semanas em meses, continuava a cuidar da semente com esmero, mas, apesar de todos os seus esforços, o vaso com terra não passava de um vaso com terra. Quando os três meses se esgotaram, nem uma folhinha pequena tinha rompido a terra.
─ Amanhã é o dia de ir ao palácio ─ disse ela, triste.
─ Ir ao palácio? ─ esganiçou a mãe. ─ Tu não podes ir ao palácio. Olha para o teu vaso, está vazio! Eles vão correr contigo, vão-te bater!
─ Bem ─ disse ela ─, podem-me fazer o que quiserem, mas pelo menos poderei ver o rei uma vez mais.
No dia seguinte ela pegou no vaso e dirigiu-se ao palácio. Quando lá chegou, o seu coração esmoreceu, pois estavam lá todas as outras mulheres, e cada uma tinha uma flor mais bonita do que a outra. Cores incríveis, formas fantásticas, aromas maravilhosos. Não faltaram risadas quando viram a jovem pobre com o vaso vazio, mas ela nada disse e foi para o seu lugar no fim da fila.
O rei não tardou a aparecer. Percorreu a fila de belas mulheres com as suas flores maravilhosas sem sequer olhar para elas. Foi até ao fim da fila, onde estava a jovem pobre com o vaso vazio e pegou-lhe na mão. Conduziu-a até ao estrado e disse:
─ É esta a mulher com quem casarei.
As outras ficaram furiosas.
─ Como podeis casar-vos com ela? Ela não trouxe nada! Vede a minha flor, é linda! Olhai para mim, vede o que trago! Ela não trouxe nada! Ela não trouxe nada!
O rei ergueu a mão pedindo silêncio.
─ Esta jovem cultivou a mais bela de todas as flores. E essa flor chama-se honestidade, pois as sementes que vos dei eram todas estéreis.
Tim Bowley e Óscar Villán, Contos do mundo
"A semente"
A jovem pobre ficou profundamente excitada quando ouviu anunciar que quem quisesse casar com o rei devia dirigir-se ao palácio, pois certo dia tinha-o visto passar a cavalo e ficara apaixonada por ele. Assim, foi a correr ter com a mãe:
─ Vou ao palácio ─ disse ─, vou casar com o rei!
A mãe sorriu e abanou a cabeça:
─ Sempre a sonhar! O rei não se refere a raparigas pobres como tu. Aquilo é para as ricas, para as nobres. Se lá fores, eles riem-se de ti e correm contigo.
─ Não me importa ─ disse a rapariga ─, vou até lá. Quero casar com ele.
No dia seguinte foi ao palácio e, tal como a mãe previra, apenas as mulheres mais ricas e mais belas do reino lá estavam. A jovem pobre foi para o lugar que lhe indicaram, no fim da fila, enquanto as outras mulheres troçavam dela entre si e a ignoravam. Pouco depois, o rei apareceu e todas as mulheres afivelaram os seus sorrisos mais coquetes, excepto a jovem pobre, que ficou em pé no fim da fila, com a cabeça curvada, sem se atrever sequer a olhá-lo de frente. O rei percorreu a fila e deu a cada uma um vaso com uma semente. Depois voltou a subir ao estrado e disse:
─ Vão para casa. Plantem a semente que está dentro do vaso. Voltem daqui a três meses e casarei com aquela que tiver plantado a flor mais bela.
A jovem pobre levou o vaso e a semente para casa, com o coração a palpitar. Quando lá chegou, plantou cuidadosamente a semente e regou-a. Todos os dias em que fazia sol ela punha o vaso lá fora e regava-o; levava-o para dentro de noite, quando estava frio. Falava com ele, cantava para ele, mas não nascia nada. Ainda assim não se dava por vencida. Embora os dias se transformassem em semanas e as semanas em meses, continuava a cuidar da semente com esmero, mas, apesar de todos os seus esforços, o vaso com terra não passava de um vaso com terra. Quando os três meses se esgotaram, nem uma folhinha pequena tinha rompido a terra.
─ Amanhã é o dia de ir ao palácio ─ disse ela, triste.
─ Ir ao palácio? ─ esganiçou a mãe. ─ Tu não podes ir ao palácio. Olha para o teu vaso, está vazio! Eles vão correr contigo, vão-te bater!
─ Bem ─ disse ela ─, podem-me fazer o que quiserem, mas pelo menos poderei ver o rei uma vez mais.
No dia seguinte ela pegou no vaso e dirigiu-se ao palácio. Quando lá chegou, o seu coração esmoreceu, pois estavam lá todas as outras mulheres, e cada uma tinha uma flor mais bonita do que a outra. Cores incríveis, formas fantásticas, aromas maravilhosos. Não faltaram risadas quando viram a jovem pobre com o vaso vazio, mas ela nada disse e foi para o seu lugar no fim da fila.
O rei não tardou a aparecer. Percorreu a fila de belas mulheres com as suas flores maravilhosas sem sequer olhar para elas. Foi até ao fim da fila, onde estava a jovem pobre com o vaso vazio e pegou-lhe na mão. Conduziu-a até ao estrado e disse:
─ É esta a mulher com quem casarei.
As outras ficaram furiosas.
─ Como podeis casar-vos com ela? Ela não trouxe nada! Vede a minha flor, é linda! Olhai para mim, vede o que trago! Ela não trouxe nada! Ela não trouxe nada!
O rei ergueu a mão pedindo silêncio.
─ Esta jovem cultivou a mais bela de todas as flores. E essa flor chama-se honestidade, pois as sementes que vos dei eram todas estéreis.
Tim Bowley e Óscar Villán, Contos do mundo
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