A turma do CEF do 2º ano (Hotelaria e Restauração de Cozinha), durante esta semana, realizou diversos trabalhos no âmbito da atividade "Uma vida d'escrita" do Departamento de Línguas. Florbela Espanca foi a escritora selecionada e, além de terem feito pesquisas sobre esta autora que se suicidou muito jovem, decidiram fazer uma exposição na nossa Biblioteca com alguns dos seus mais belos poemas. Além da exposição, os alunos do CEF entregaram um pequeno folheto com os dados biográficos de Flor Bela.
Fumo
Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas, Longe de ti há noites silenciosas, Há dias sem calor, beirais sem ninhos! *** Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!
*** Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos... ***
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!... **********************************
Florbela d'Alma da Conceição Espanca tem hoje seus versos admirados em todos os cantos do mundo, diferentemente do que aconteceu quando ainda viva, época em que foi praticamente ignorada pelos apreciadores da poesia e pelos críticos de então. Os dois livros que publicou, por sua conta, em vida, foram "O Livro das Mágoas" (1919) e "Livro de "Sóror Saudade" (1923). Às vésperas da publicação de seu livro "Charneca em Flor", em dezembro de 1930, Florbela pôs fim à sua vida. Tal ato de desespero fez com que o público se interessasse pelo livro e passasse a conhecer melhor a sua obra. Dizem os críticos que a polêmica e o encantamento de seus versos é devida à carga romântica e juvenil de seus poemas, que têm como interlocutor principal o universo masculino. Poema extraído de uma publicação fac-similar do "Livro de Sóror Saudade", editado originalmente em 1923.
Sem comentários:
Enviar um comentário